Cascais é o único membro português no recém criado Parlamento Global de Autarcas

Por Redação CASCAIS24

Pinto Luz esteve em Haia e presidiu mesmo a uma das sessões estratégicas a proposta de "roaming" das cidades

15.09.2016

Único membro português do recém fundado Parlamento Global de Autarcas (Global Parliament of Mayors), o município de Cascais esteve representado na sessão inaugural, que decorreu no último fim de semana em Haia, na Holanda, por Miguel Pinto Luz, vice-presidente da autarquia.

Pinto Luz presidiu mesmo a uma das sessões estratégicas, com o tema “Cidadãos, Autarquias e Compromisso Cívico”, em que Cascais apresentou, em estreia mundial, a proposta de “roaming” das cidades: a criação de  uma rede mundial onde os cidadãos de diferentes cidades possam usufruir dos serviços e infraestruturas de forma transparente e independentemente da geografia.

A ideia deste novo Parlamento é fomentar a cooperação entre cidades na resposta a desafios globais. Nesta primeira assembleia, os autarcas contaram com a ajuda de especialistas e organizações das Nações Unidas e focaram-se na criação de soluções reais no combate às alterações climáticas, migração/refugiados e governação.

O convite a Cascais para membro fundador do GPM representa, segundo uma nota da autarquia, o reconhecimento do trabalho desenvolvido na área da participação, da cidadania ativa e do papel cada vez mais importante e atuante em redes globais dedicadas ao conhecimento e inovação.

A boa prática em Cascais no que diz respeito à criação de mecanismos que fomentam a cidadania ativa, de que o Orçamento Participativo de Cascais é disso exemplo, levou o GPM a convidar Pinto Luz, vice-presidente da Câmara Municipal de Cascais, a presidir ao  painel “Cidadãos, Autarquias e Compromisso Cívico”, co-adjuvado pelo Presidente da Câmara de Kuala Lumpur e pelo Presidente da Câmara de Dayton e membro do Comité Executivo da Conferência de Autarcas dos EUA, Nan Whaley.

Saliente-se que nesta assembleia participaram os presidentes de grandes capitais mundiais, como Nova Iorque, Bangkok, Tóquio, Washington, Seoul, mas também de pequenas cidades que contribuem para um desenvolvimento cada vez mais sustentável.

O que é o Global Parliament of Mayors ?

Nasceu da tese de Benjamin Barber, apresentada no seu  livro "Se os autarcas governassem o mundo". Barber é o principal defensor da criação do GPM.

Neste livro e em muitas outras publicações, Barber afirma que as cidades e os autarcas apresentam melhores soluções/políticas de boa governação. 

As cidades abrigam mais da metade da população mundial e são as principais incubadoras das inovações culturais, sociais e políticas que moldam o nosso planeta. As cidades podem contribuir com noções locais e melhores práticas para apoiar e acelerar respostas globais num mundo cada vez mais interdependente.

Os autarcas do GPM visam manter estreita cooperação com as Nações Unidas e com os seus governos. Vão continuar a colaborar na concretização dos objetivos  da OCDE, COP21, Habitat III, Eurocities e Comité Executivo de Autarcas dos EUA.

Haia, cidade de paz e justiça, é o local óbvio para a reunião inaugural do GPM. O objetivo dos autarcas é realizar anualmente uma grande conferência, alternando os continentes.