Carreiras lamenta abandono e degradação de forte Salazar em São João do Estoril

Por Cascais24

27.05.2016
Reagindo à noticia do incêndio que, esta quinta-feira, à tarde, deflagrou no forte de Santo António da Barra, vulgo forte Salazar, em São João do Estoril, o presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, escreveu no Facebook que "é muito o património do estado abandonado que se vai deteriorando em vez de serem geradores de emprego".

"A Câmara Municipal de Cascais acordou com o Governo que transferisse este é muitos outros fortes para a gestão municipal, mas ao que parece existem poderes dentro da Administração Central que têm mais poder do que qualquer governante de todos os governantes. É pena", lamenta Carlos Carreiras.

Segundo Cascais24 apurou, A 20 de julho do ano passado, o executivo cascalense aprovou por maioria, com os votos contra dos vereadores Clemente Alves, da CDU, e Isabel Magalhães, do SerCascais, e uma declaração de voto da vereação socialista, a "cedência de utilização e assunção da gestão" do Forte de Santo António da Barra.

Pelo conhecido forte, que serviu de residência de veraneio ao antigo ditador Oliveira Salazar, onde este acabou por ser vítima da célebre queda de uma cadeira, a 3 de agosto de 1968, o município de Cascais estaria disposto a pagar 2,495 milhões de euros para instalar um espaço museológico e um centro de investigação ligado à economia do mar.

Porém, como Carlos Carreira reconhece, o governo terá travado até ao momento a sua entrega ao município.

Encerrado, sem vigilância e praticamente votado ao abandono, o Forte de Santo António da Barra serviu até há cerca de dois anos como colónia de férias do Instituto de Odivelas, ligado ao Exército e, ao que parece, a segurança está entregue ao Regimento de Lanceiros 2. 

De resto, não foi por acaso que logo a seguir ao incêndio que deflagrou esta quinta-feira, conforme Cascais24 avançou em primeira mão, compareceu um sargento-ajudante daquele regimento a inteirar-se e a avaliar os danos.

Origem suspeita 

O incêndio deflagrou num compartimento do forte, onde proliferavam entulhos e mobiliário degradado e só não atingiu maiores proporções graças à pronta intervenção dos Bombeiros Voluntários dos Estoris e de Cascais.

Encontrando-se o forte encerrado, levantam-se suspeitas sobre a origem do fogo. E teses parecem não faltar, sendo, no entanto, a mais provável que em causa possa estar a atuação de um grupos de jovens, menores que, eventualmente, penetrou no forte através de uma vedação deteriorada.

Na altura a PSP do Estoril, chamada a tomar conta da ocorrência, contatou o piquete da Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa e Vale do Tejo. Apesar do contato constar no respetivo relatório de Piquete, a verdade é que não foi deslocada nenhuma brigada para recolher indícios, soube, ainda, Cascais24.


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