PJ recolhe em Cascais "provas relevantes" contra diretor do Museu da Presidência da República

Por Valdemar Pinheiro

30.06.2016
A maior parte dos bens culturais e artísticos, presumivelmente desviados por Diogo Gaspar, diretor do Museu da Presidência da República, detido esta quinta-feira pela brigada Anticorrupção da PJ, no âmbito da operação "Cavaleiro", faziam parte do espólio do Palácio da Presidência, na Cidadela, em Cascais, apurou Cascais24 junto de fonte próxima da investigação.

E foi, precisamente, na Cidadela, em Cascais, que os inspetores da Polícia Judiciária (PJ) confiscaram esta manhã, também, os mais "relevantes elementos probatórios" relacionados com a alegada atuação de Diogo Gaspar, que é diretor do Museu da Presidência da República desde a sua fundação, em 2001 e em fevereiro de este ano foi condecorado pelo então Presidente, Cavaco Silva, com o grau de Cavaleiro da Ordem de Santiago.


A condecoração, segundo noticias da altura, "foi o reconhecimento pelo trabalho prestado no Museu desde o seu início", mas a verdade é que Diogo Gaspar já estava a ser investigado desde Abril do ano passado pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção da PJ, em inquérito tutelado pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa.

O diretor do Museu da Presidência da República é suspeito dos crimes de tráfico de influência, falsificação de documento, peculato, peculato de uso, participação económica em negócio e abuso de poder.

Na operação "Cavaleiro", lançada esta quinta-feira, de manhã, pela PJ e na qual participaram, ainda, magistrados judiciais e peritos criminalistas, foram realizadas dez buscas, entre domiciliárias e não domiciliárias, uma das quais, a principal, ao Palácio da Cidadela, em Cascais, que serve também de residência a ilustres convidados estrangeiros do Presidente da República.

Entretanto, a propósito da detenção de Diogo Gaspar, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que " a Justiça é igual para todos", não sem salvaguardar esperar que o suspeito "possa provar a sua inocência" nas instâncias próprias.

A investigação ao diretor do Museu da Presidência iniciou-se antes de Marcelo Rebelo de Sousa que, entretanto, pediu uma auditoria aos serviços da Presidência, ter sido eleito e empossado como Presidente da República portuguesa. 

Diogo Gaspar deverá ser submetido a primeiro interrogatório judicial esta sexta-feira.








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