SUSPEITA DE MANTER FILHOS OITO ANOS EM CATIVEIRO NEGA ACUSAÇÕES

Por Cascais24

18.04.2016
Maria Varela, a cidadã caboverdiana, de 63 anos, acusada de manter os dois filhos em cativeiro, durante oito longos anos em casa, na Rua Nova da Ribeira, na Amoreira, negou todas as acusações e garantiu que eram "bem tratados e protegidos".

"É tudo mentira, uma infâmia e provocação", disse, esta segunda-feira, a mulher na primeira audiência de julgamento, no Tribunal Judicial de Cascais.

A arguida desmentia, assim,  todos factos e evidências que as equipas de resgate (Bombeiros e GNR de Alcabideche) comprovaram no dia da intervenção, a 2 de Junho do ano passado. 

Neste dia, GNR e Bombeiros libertaram António, de 35 anos, e a irmã Ana, de 26, entretanto falecida há cerca de um mês - em circunstâncias que Cascais24 noticiou, então, em primeira mão, com imagens, em exclusivo, em multimédia, da detenção da mãe suspeita, num caso que viria a emocionar o País. Recorde aqui.

Agora, ao Tribunal, Maria Varela afirmou que, no caso do filho, ele só foi para o quarto com porta de grades naquele dia "para protegê-lo da polícia", que invadiu a casa". 

Quanto à relação com os vizinhos, a arguida assumiu os desentendimentos, mas disse que foi ela sempre a vítima de agressões e descriminações. No geral os vizinhos consideram Maria Varela um "autêntico demónio".

Perante a magistrada, Maria Varela assegurou que os filhos (um homem e uma mulher) em criança, "eram normais, iam à escola, bem calçados, bem vestidos e obedientes" e, na fase adulta, tomavam banho todos os dias, mas que deixaram de sair à rua porque "os vizinhos ameaçavam". 

A cidadã caboverdiana é acusada pelo Ministério Público dos crimes de sequestro qualificado e de violência doméstica sobre os dois filhos, três crimes de ameaça agravada e quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada a vizinhos e a um militar da GNR.

No início do julgamento, o advogado de defesa, oficioso, requereu a ausência da arguida e que lhe fosse concedido o direito ao silêncio, mas a magistrada indeferiu o requerimento, argumentando que "o direito a não prestar declarações é pessoal e tem de ser feito pela arguida e não pelo advogado".

Também arguido no processo, acusado de dois crimes de sequestro qualificado e outros dois de violência doméstica, é o pai das vítimas, João Varela, que não compareceu em tribunal, encontrando-se com paradeiro desconhecido.

Todavia, depois de uma das testemunhas ouvidas esta segunda-feira ter revelado ter avistado o suspeito em casa, na Amoreira, a juíza ordenou a emissão de um  mandado de detenção para "assegurar que o arguido comparece na próxima sessão" de julgamento.

Segundo a acusação do Ministério Público, em 2009 o filho mais velho do casal, António, na altura com 35 anos, foi fechado numa divisão da casa, com três metros quadrados, com uma porta de grades trancada com correntes e cadeado, sem luz natural, iluminação artificial ou isolamento térmico, "idêntica a uma cela".

"Durante esse período, os arguidos obrigaram o ofendido a dormir num colchão de espuma velho, colocado directamente sobre o chão da divisão, sem lençóis e apenas com uma manta, alimentaram-no nesse espaço [...] e forçaram-no a satisfazer as necessidades fisiológicas num balde, que só trocavam ocasionalmente", lê-se na acusação.

A defesa de Maria Varela considera que a mulher deve ser considerada inimputável para efeitos criminais e requereu um segundo exame pericial às suas faculdades mentais para apurar a gravidade da sua anomalia psíquica.

Aquando da detenção, a mulher ficou em prisão preventiva, tendo sido decretada pelo Ministério Público a substituição da medida de coacção pelo internamento preventivo em hospital psiquiátrico.

Sinalizado, António, atualmente com 36 anos, encontra-se em instituição de acolhimento. 

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A mulher suspeita de ter mantido os dois filhos em cativeiro durante vários anos na cave da sua casa na Amoreira, em Cascais, negou esta segunda-feira todas as acusações e assegurou que eram bem tratados e protegidos. De acordo com o despacho da acusação, a que a Lusa teve acesso, a mulher está a ser julgada pelos crimes de sequestro qualificado e de violência doméstica sobre os dois filhos, três crimes de ameaça agravada e quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada a vizinhos e a um militar da GNR. Na primeira audiência de julgamento, realizada esta segunda-feira no Tribunal de Cascais, a arguida declarou que "é tudo mentira, uma infâmia e provocação". Questionada pela juíza, a suspeita assegurou que os filhos, em criança, "eram normais, iam à escola, bem calçados, bem vestidos e obedientes". Já crescidos, acrescentou, tomavam banho todos os dias e deixaram de sair à rua porque "os vizinhos ameaçavam". Da acusação consta que os pais mantiveram os filhos em cativeiro desde 2007 e colocaram grades à volta de casa, presas a cadeado, para impedir que tivessem contacto com o exterior. As vítimas, já adultas (41 e 39 anos), foram resgatadas pelos bombeiros em junho de 2015, em estado de desorientação no espaço e no tempo. A suspeita garantiu que o filho só foi para o quarto com porta de grades naquele dia, "para protegê-lo da polícia, que invadiu a casa". Quanto à relação com os vizinhos, a arguida assumiu os desentendimentos, mas disse que foi ela sempre a vítima das agressões. No início do julgamento, o advogado de defesa requereu a ausência da arguida e que lhe fosse concedido o direito ao silêncio, mas a juíza indeferiu o requerimento, justificando que "o direito a não prestar declarações é pessoal e tem de ser feito pela arguida e não pelo advogado". O pai das vítimas, arguido também no processo, acusado de dois crimes de sequestro qualificado e outros dois de violência doméstica, não compareceu na audiência, desconhecendo-se o seu paradeiro. No entanto, uma das testemunhas ouvida disse ter avistado o suspeito na sua casa tendo a juíza ordenado que se proceda a um mandato de detenção para "assegurar que o arguido comparece na próxima sessão" de julgamento. Em 2009, refere a acusação, o filho mais velho do casal, na altura com 35 anos, foi fechado numa divisão da casa, com três metros quadrados, com uma porta de grades trancada com correntes e cadeado, sem luz natural, iluminação artificial ou isolamento térmico, "idêntica a uma cela". "Durante esse período, os arguidos obrigaram o ofendido a dormir num colchão de espuma velho, colocado diretamente sobre o chão da divisão, sem lençóis e apenas com uma manta, alimentaram-no nesse espaço (...) e forçaram-no a satisfazer as necessidades fisiológicas num balde, que só trocavam ocasionalmente", lê-se. Por sua vez, a defesa da arguida considera que esta deve ser considerada "inimputável para os efeitos criminais" e requer que seja realizado um segundo exame pericial às suas faculdades mentais para apurar a gravidade da sua anomalia psíquica. Aquando da detenção, a arguida ficou em prisão preventiva, tendo sido decretada pelo Ministério Público a substituição da medida de coação pelo internamento preventivo em hospital psiquiátrico. Os filhos do casal foram institucionalizados, tendo a filha mais nova morrido no mês passado. A primeira audiência de julgamento foi entretanto interrompida para almoço e será retomada às 14h30 para serem ouvidos os peritos médicos que terão elaborado relatórios contraditórios sobre o estado psíquico da arguida.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/pais_que_manteram_filhos_em_cativeiro_comecam_a_ser_julgados.html
A mulher suspeita de ter mantido os dois filhos em cativeiro durante vários anos na cave da sua casa na Amoreira, em Cascais, negou esta segunda-feira todas as acusações e assegurou que eram bem tratados e protegidos. De acordo com o despacho da acusação, a que a Lusa teve acesso, a mulher está a ser julgada pelos crimes de sequestro qualificado e de violência doméstica sobre os dois filhos, três crimes de ameaça agravada e quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada a vizinhos e a um militar da GNR. Na primeira audiência de julgamento, realizada esta segunda-feira no Tribunal de Cascais, a arguida declarou que "é tudo mentira, uma infâmia e provocação". Questionada pela juíza, a suspeita assegurou que os filhos, em criança, "eram normais, iam à escola, bem calçados, bem vestidos e obedientes". Já crescidos, acrescentou, tomavam banho todos os dias e deixaram de sair à rua porque "os vizinhos ameaçavam". Da acusação consta que os pais mantiveram os filhos em cativeiro desde 2007 e colocaram grades à volta de casa, presas a cadeado, para impedir que tivessem contacto com o exterior. As vítimas, já adultas (41 e 39 anos), foram resgatadas pelos bombeiros em junho de 2015, em estado de desorientação no espaço e no tempo. A suspeita garantiu que o filho só foi para o quarto com porta de grades naquele dia, "para protegê-lo da polícia, que invadiu a casa". Quanto à relação com os vizinhos, a arguida assumiu os desentendimentos, mas disse que foi ela sempre a vítima das agressões. No início do julgamento, o advogado de defesa requereu a ausência da arguida e que lhe fosse concedido o direito ao silêncio, mas a juíza indeferiu o requerimento, justificando que "o direito a não prestar declarações é pessoal e tem de ser feito pela arguida e não pelo advogado". O pai das vítimas, arguido também no processo, acusado de dois crimes de sequestro qualificado e outros dois de violência doméstica, não compareceu na audiência, desconhecendo-se o seu paradeiro. No entanto, uma das testemunhas ouvida disse ter avistado o suspeito na sua casa tendo a juíza ordenado que se proceda a um mandato de detenção para "assegurar que o arguido comparece na próxima sessão" de julgamento. Em 2009, refere a acusação, o filho mais velho do casal, na altura com 35 anos, foi fechado numa divisão da casa, com três metros quadrados, com uma porta de grades trancada com correntes e cadeado, sem luz natural, iluminação artificial ou isolamento térmico, "idêntica a uma cela". "Durante esse período, os arguidos obrigaram o ofendido a dormir num colchão de espuma velho, colocado diretamente sobre o chão da divisão, sem lençóis e apenas com uma manta, alimentaram-no nesse espaço (...) e forçaram-no a satisfazer as necessidades fisiológicas num balde, que só trocavam ocasionalmente", lê-se. Por sua vez, a defesa da arguida considera que esta deve ser considerada "inimputável para os efeitos criminais" e requer que seja realizado um segundo exame pericial às suas faculdades mentais para apurar a gravidade da sua anomalia psíquica. Aquando da detenção, a arguida ficou em prisão preventiva, tendo sido decretada pelo Ministério Público a substituição da medida de coação pelo internamento preventivo em hospital psiquiátrico. Os filhos do casal foram institucionalizados, tendo a filha mais nova morrido no mês passado. A primeira audiência de julgamento foi entretanto interrompida para almoço e será retomada às 14h30 para serem ouvidos os peritos médicos que terão elaborado relatórios contraditórios sobre o estado psíquico da arguida.

Ler mais em: http://www.cmjornal.xl.pt/nacional/portugal/detalhe/pais_que_manteram_filhos_em_cativeiro_comecam_a_ser_julgados.html
A mulher suspeita de ter mantido os dois filhos em cativeiro durante vários anos na cave da sua casa na Amoreira, em Cascais, negou esta segunda-feira todas as acusações e assegurou que eram bem tratados e protegidos. De acordo com o despacho da acusação, a que a Lusa teve acesso, a mulher está a ser julgada pelos crimes de sequestro qualificado e de violência doméstica sobre os dois filhos, três crimes de ameaça agravada e quatro crimes de ofensa à integridade física qualificada a vizinhos e a um militar da GNR. Na primeira audiência de julgamento, realizada esta segunda-feira no Tribunal de Cascais, a arguida declarou que "é tudo mentira, uma infâmia e provocação". Questionada pela juíza, a suspeita assegurou que os filhos, em criança, "eram normais, iam à escola, bem calçados, bem vestidos e obedientes". Já crescidos, acrescentou, tomavam banho todos os dias e deixaram de sair à rua porque "os vizinhos ameaçavam". Da acusação consta que os pais mantiveram os filhos em cativeiro desde 2007 e colocaram grades à volta de casa, presas a cadeado, para impedir que tivessem contacto com o exterior. As vítimas, já adultas (41 e 39 anos), foram resgatadas pelos bombeiros em junho de 2015, em estado de desorientação no espaço e no tempo. A suspeita garantiu que o filho só foi para o quarto com porta de grades naquele dia, "para protegê-lo da polícia, que invadiu a casa". Quanto à relação com os vizinhos, a arguida assumiu os desentendimentos, mas disse que foi ela sempre a vítima das agressões. No início do julgamento, o advogado de defesa requereu a ausência da arguida e que lhe fosse concedido o direito ao silêncio, mas a juíza indeferiu o requerimento, justificando que "o direito a não prestar declarações é pessoal e tem de ser feito pela arguida e não pelo advogado". O pai das vítimas, arguido também no processo, acusado de dois crimes de sequestro qualificado e outros dois de violência doméstica, não compareceu na audiência, desconhecendo-se o seu paradeiro. No entanto, uma das testemunhas ouvida disse ter avistado o suspeito na sua casa tendo a juíza ordenado que se proceda a um mandato de detenção para "assegurar que o arguido comparece na próxima sessão" de julgamento. Em 2009, refere a acusação, o filho mais velho do casal, na altura com 35 anos, foi fechado numa divisão da casa, com três metros quadrados, com uma porta de grades trancada com correntes e cadeado, sem luz natural, iluminação artificial ou isolamento térmico, "idêntica a uma cela". "Durante esse período, os arguidos obrigaram o ofendido a dormir num colchão de espuma velho, colocado diretamente sobre o chão da divisão, sem lençóis e apenas com uma manta, alimentaram-no nesse espaço (...) e forçaram-no a satisfazer as necessidades fisiológicas num balde, que só trocavam ocasionalmente", lê-se. Por sua vez, a defesa da arguida considera que esta deve ser considerada "inimputável para os efeitos criminais" e requer que seja realizado um segundo exame pericial às suas faculdades mentais para apurar a gravidade da sua anomalia psíquica. Aquando da detenção, a arguida ficou em prisão preventiva, tendo sido decretada pelo Ministério Público a substituição da medida de coação pelo internamento preventivo em hospital psiquiátrico. Os filhos do casal foram institucionalizados, tendo a filha mais nova morrido no mês passado. A primeira audiência de julgamento foi entretanto interrompida para almoço e será retomada às 14h30 para serem ouvidos os peritos médicos que terão elaborado relatórios contraditórios sobre o estado psíquico da arguida.

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